ANINHA

Desculpe-me tomar o tempo de vocês, mas não estou aqui para aparecer, não estou aqui por vaidade, nem para ser conhecido dentro da Igreja, mas para falar do que tenho guardado no coração. Existe uma voz muito forte dentro de mim que não me deixa mais ficar calado, essa voz me incomoda muito. Não vi grandes coisas na minha vida, mas eu já vi o bastante. Eu sou padrinho de consagração de uma menina chamada Ana Vitória que tem 10 anos de idade. Como tantas tragédias em famílias pelo mundo, e o diabo quer destruir a família, Ana Vitória perdeu o seu pai para o câncer. Após a morte do pai, me aproximei de Ana Vitória, brinquei com ela, e ela sentiu uma coisa por mim que eu nunca me esquecerei. Ela queria que eu fosse o pai dela. Isso me tocou profundamente e foi a coisa mais linda e pura que alguém já sentiu por mim nesta vida. Não é esses sentimentos de namorados por ai, que as pessoas fazem grandes promessas e depois acabam um virando a cara para o outro. Tocar no coração de uma criança é um grande feito. 

Uma coisa vou dizer para vocês que estão na Igreja há muito tempo e que ainda vivem brigando por coisas supérfluas, eu já fui mais evangelizado pelo simples abraço de uma criança, e por esse sentimento da Ana Vitória por mim, mais do que eu fosse ao show do melhor pregador da Igreja Católica, ouvir um homem ou uma mulher falar por horas palavras que muitas vezes entram em nossos ouvidos e saem pelo outro ouvido. Se vocês me chamarem para ir ao show de bandas, pregadores, eu recusarei, mas se vocês me chamaram para visitar doentes nos hospitais, nas casas que tem aqui perto eu irei, nem que seja para ficar sentado observando, porque eu sei que eu sairei de uma visita a um doente transformado por dentro, pois existem pessoas com problemas maiores do que os meus. Eu amo as coisas simples, porque sei que nas coisas mais simples da vida Deus fala mais, só resta fecharmos os nossos olhos e enxergarmos com o coração.

Alexandre Trajano de Lima