terça-feira, 22 de agosto de 2017

ACORDEI AOS 30 ANOS DE VIDA

Parece que vivi em estado de coma até então. Eu estava dormindo profundamente e vegetava. Então comecei a sonhar e montar a minha vida. Encontrei um rosto do amor, muito belo e me encantei. Mas descobri que esse rosto se afastava de mim, e pouco a pouco, ia desparecendo na escuridão. Eu estirava o meu braço para alcançá-la mas não conseguia. Desejei uma família, mas esse rosto era a minha outra parte, que daria inicio a minha construção de vida, esse rosto, junto comigo, criaria outro rosto que já estava amando antes de nascer. Sonhei com um diploma que me faria crescer nas riquezas, que me faria vencer a pobreza, que me daria status na vida, conhecimento e liderança. Busquei esta área constantemente, mas de repente, o diploma foi me escapando das mãos, foi desaparecendo na escuridão pouco a pouco, eu estendia a mão para alcançá-lo e ele sumiu. Nos meus sonhos eu construí a minha casa, meu lugar fixo, minha morada intima, investi de todas as formas em suas construções, mas pouco a pouco ela foi desmoronando. Vagarosamente suas paredes foram se afastando, estendi as minhas mãos para alcançá-la, mas ela desapareceu na escuridão. Eu não poderia ficar olhando para a escuridão, pois ela estava tragando tudo o que eu sonhava, eu não poderia entrar dentro dela, porque eu me perderia dentro, e uma vez dentro da escuridão, eu não enxergaria uma porta para sair. Eu tinha que procurar um lugar aonde não houvesse escuridão, tinha que fugir dela. Mas para onde eu corria essa escuridão me perseguia. No meio da escuridão, apareceu-me um homem que me disse: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. 
Trevas! Trevas! Sim! É dessa luz que eu preciso, preciso buscá-la! Eu apontei o dedo para Ele, parei por alguns segundos e disse: Dá-me dessa luz, eu quero essa luz! Percebi que a escuridão que tragava tudo estava dentro de mim! A chamada solidão, a solidão que me dava sonhos de satisfação, satisfação dos meus próprios desejos, vida do Eu. EU! EU! EU! Tudo tinha que girar ao meu redor, o mundo tinha que girar ao meu redor! Te encontrei, dá-me dessa luz, eu quero essa luz! EU QUERO! EU QUERO! Ele me disse: Te darei a luz, mas tu tens que cultivá-la todos os dias no teu coração, tua vida, também dependerá dos teus esforços e teus sonhos serão conquistas de paz e de luz para todos. 

De repente vi vários rostos cheios de amor e vida, rostos de várias pessoas saindo da escuridão e me abraçando. Parabéns! Parabéns! Parabéns por quê? Eu indaguei. Eu sou um fracasso, eu perdi tudo, perdi os meus sonhos! Minha vida não está do jeito que eu sonhei, do jeito que eu queria. Briguei com tudo, briguei comigo mesmo. Foi então que percebi que tinha perdido a luz, por uns instantes eu deixava as trevas da solidão me tomar de novo. Foi então que olhei em minha volta, olhei ao meu redor, olhei aqueles rostos me observando, esperando por mim, esperado uma atitude minha, torcendo por mim, não poderia desapontá-los, percebi que minha vida estava inserida na vida dos outros, e que há escuridão na vida das pessoas piores do que a minha. Eu tinha encontrado o homem que outras pessoas ainda não tinham encontrado, eu tinha encontrado a luz do mundo, eu tinha encontrado outras pessoas que só vivem no mundo, pessoas que vivem a sós no mundo e que vivem no seu próprio mundo. Acabei percebendo que existe algo novo e bom para se lutar, algo bom para se sonhar, uma nova luz a alcançar. 

Perdi um rosto do amor, mas ganhei vários rostos de alegria, de pessoas que ajudei. Perdi o diploma do meu crescimento intelectual, mas ganhei o diploma do amadurecimento, da faculdade da vida, daquilo que não se aprende dentro de salas de aula. Eu perdi a casa da minha intimidade, mas ganhei a Mansão Celestial. Perdi meus sonhos e minha vida aqui na terra, mas ganhei a Terra da Vida Eterna, ganhei a Luz do Mundo, uma vida nova para recomeçar, e sonhos de amor ao próximo a realizar, e ganhei muito mais, eu ganhei a graça de sempre está inserido dentro dos sonhos de Deus. 

Alexandre Trajano de Lima
31/01/2014

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