As vezes fico imaginando se não me deixo levar pela maré, se não me deixo ser conduzido pelo fluir natural das correntezas. Seria bem melhor, assim não colocaria força, não gastaria energia. As vezes penso que se todos estão indo pelo mesmo trajeto eu acabe por ir também. Só que eu gosto da margem, eu gosto do seco também, gosto de sentir a areia nos meus pés. Quero remar contra a maré para ver o que tem do outro lado, remando contra a maré eu me esforço, eu ajo, eu mudo, posso ser louco, mas é assim mesmo, quero voltar, quero ir, quero remar contra a maré, pode ser que eu acabe morrendo, mas tentarei.
Alexandre Trajano de Lima
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