Nós somos como um pássaro preso numa gaiola. Vemos os
outros pássaros voando lá fora e a gente aqui dentro preso sem poder sair. Logo
dizemos:
- Ah como eu queria sair desta gaiola e poder voar
como os outros pássaros.
Todos os dias
uma mão vem e põe água e alpiste dentro da gaiola. A vida dentro da gaiola não
precisa de muito esforço. Temos comida e água sem muito trabalho. Mas logo
caímos em depressão porque não podemos voar. Algum dia alguém deixa a porta da
gaiola aberta e escapamos pro mundo lá fora. Voamos meio que desengonçados,
porque passamos muito tempo sem usar as asas, e pousamos na primeira árvore.
Vem a chuva, ventos fortes, pássaros maiores como as águias para nos atacar. A
comida não é tão abundante, a concorrência com outros pássaros é muito grande e
os perigos são constantes. Naquele frio tremendo começamos a pensar na vida
dentro da gaiola. Vivíamos presos mas tínhamos proteção, alpiste e água todos
os dias. Acabamos por perceber que essa coisa de liberdade é muito perigosa e
que exige muita responsabilidade, que há um preço a se pagar por essa tal de
liberdade. Voamos de volta para a casa da gaiola e nos deixamos ser pegos. E lá
terminamos nós dentro da gaiola de novo! Olhando para o mundo lá fora com medo
de voar.
Alexandre Trajano de Lima
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