sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

PEDRAS

Minha amiga caiu triste aos meus pés. Estava chorando porque estava sozinha. Ela me disse que não aguentava perder tantos amores. Eu disse para ela que quando se limita a vida, como marionete, que tem que se movimentar pelos dedos de uma outra pessoa, acaba-se destruindo a beleza da existência, do mundo e do próprio dom de ser alguém feliz por unicamente estar vivo, por não ser preso a ninguém e ter uma vida independente. Ela falava em morte. Disse para ela que se desistisse da vida por tão pouco, estaria cometendo um grave erro. Briga-se no mundo que até os piores assassinos não tem direito à morte. Se ela estivesse desistindo da vida, então a minha vida não valia nada. Eu disse para ela que eu não era nem anjo nem nada, apenas mais um que já levou muitas pedradas da vida, mas que com estas mesmas pedras, acabei juntando-as e construído o meu lar.

Alexandre Trajano de Lima


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